Escrito por: Amanda Kassis
'Devil in Ohio' (O Diabo em Ohio, no Brasil), nova minissérie de terror da Netflix, é inspirada nos eventos reais do best-seller homônimo de Daria Polatin – também criadora e produtora executiva desta produção.
A narrativa apresenta a psiquiatra Suzanne Mathis (Emily Deschanel de 'Bones'), que decide abrigar temporariamente em sua casa uma adolescente traumatizada que escapou de um culto no condado de Amon, em Ohio. Ao fazer isso, Suzanne não percebe que está colocando a própria família em risco e, potencialmente, se envolvendo com forças sobrenaturais.
A protagonista Mae, interpretada por Madeleine Arthur, é a típica figura presente nas produções do gênero: uma jovem de poucas palavras com um passado misterioso e um olhar assustador. Os sinais da violência que sofreu não estão apenas em seu comportamento, mas permanentemente marcados em suas costas por um enorme pentagrama.
Com a ajuda das três filhas de Suzanne, a minissérie foca na sua tentativa de adaptação em meio ao contraste entre a sua criação dentro do culto e a realidade das típicas adolescentes americanas. Enquanto isso, Suzanne tenta encontrar um lar permanente para a garota e protegê-la de um xerife com más intenções do condado de Amon.
'Devil in Ohio' não inova nos elementos e símbolos associados aos cultos satânicos, e nem na maneira como decide apresentar a história. A direção de imagem, os cenários, e a trilha sonora são partes da mesma fórmula já vista tantas vezes. Então, o que pode tornar essa produção interessante? Somente duas coisas:
Como dito anteriormente, a minissérie é baseada parcialmente em eventos reais. Por mais que o culto apresentado seja totalmente ficcional, resultado de longas pesquisas da autora sobre o tema, Polatin revelou que a base por trás da narrativa é um acontecimento verídico em Ohio – porém, ela decidiu ocultar as identidades dos envolvidos. Com certeza, a ideia de que nem tudo é ficção instiga a curiosidade e aumenta aquela sensação de terror e suspense.
Segundo, há algo de diferente em Suzanne. Ela não está ajudando Mae apenas por bondade, mas por reconhecer a si mesma na garota. O episódio piloto não entra em detalhes, porém a psiquiatra já esteve na mesma posição que a protagonista: uma vítima fugindo de um culto. Será que ambos os casos estão interligados? Como será desenvolvida a conexão entre as duas? E como Suzanne lidará com seus sentimentos ao reviver os seus traumas do passado?
Espera-se que essas perguntas e outros mistérios sejam respondidos ao longo dos 8 episódios que compõem a minissérie, que já está disponível no catálogo nacional da Netflix.
Nota: 6.5