Escrito por: Pedro Rubens
A maior parte das produções audiovisuais conseguem determinar qual gênero vão abraçar. Por vezes até acontece a mescla, como é o caso das dramédias, ou dos suspenses sobrenaturais. Mas nem sempre essas junções conseguem obter êxito no produto final, consequentemente gerando uma certa insatisfação…
The Rig, nova série do Prime Video, acompanha uma tripulação da plataforma de petróleo Kinloch Bravo prestes a retornar ao continente. Mas os planos são frustrados a partir do surgimento de uma névoa misteriosa que os envolve e faz com que percam a comunicação com a costa e o mundo exterior.
A ideia não tem nada de original, afinal trata-se de um remake de Rig 45. Mas, mude o cenário, saia da plataforma de petróleo e continue com a mesma névoa em qualquer outro local e você percebe que não há nada de inovador na história. Isso fica ainda mais explícito ao final da temporada, com o desfecho das coisas…
Por mais que o elenco seja recheado de nomes multitalentosos, como Emily Hampshire, Iain Glen, Rochenda Sandall, Owen Teale, Richard Pepple, Calvin Demba e tantos outros, ainda assim, isso não é o suficiente para sustentar os 6 episódios que compõem a primeira temporada. O que sobra de talento, falta em um roteiro instigante e consciente da própria personalidade.
Por um lado, The Rig opta por escolher desenvolver alguns dos personagens, apresentando seus respectivos backgrounds, aprofundando suas histórias, medos, temores e as causas de ainda estarem ali. Por outro lado, a série não passa do nível raso e entra em ponto morto quando mais precisa adentrar no passado de cada um dos protagonistas.
Se isso acontecesse com todos os personagens até seria relativamente aceitável, dado que conheceríamos uma pequena parcela da história dos protagonistas. Mas a sensação é de que às vezes houve um sorteio para contar o arco de Magnus, o comandante da plataforma, ou mudar aleatoriamente para mostrar que ali há uma mulher grávida que não comunicou a gestação antes de embarcar… Por mais que você queira ver mais daquelas pessoas, a forma como eles apresentam fica tudo muito solto, desconexo.
Porém o maior problema de The Rig é não saber quem é. O piloto nos entrega uma história com altos indícios de um mistério sobrenatural, com tons de terror que, aparentemente, iria crescer no decorrer dos capítulos. Mas logo nas primeiras cenas do episódio tudo isso já se desfaz e a mesmice acontece.
Ao não se decidir ser um suspense sobrenatural ou ecológico, a série não consegue ter um roteiro maduro o suficiente para trazer uma crítica social bem fundamentada e nem tampouco para causar sustos no público, se é que esse um dia foi o interesse.
Talvez o maior e melhor ponto da produção tenha sido exatamente este pequeno diferencial: nos colocar diante de uma plataforma de petróleo e mostrar o dia a dia daquela tripulação. Em meio ao caos da situação somos apresentados a uma diversidade de culturas, etnias e comportamentos, mas também conhecemos a vivência daquelas pessoas e os inúmeros botões que eles precisam acionar para simplesmente ativar um alarme.
No final das contas, The Rig nos leva até o último episódio pela curiosidade em torno de qual será o desfecho, mesmo que este não seja tão revolucionário assim. Como uma crítica social, a série consegue trazer a ecologia para o debate. Como produção audiovisual, poderia melhorar e muito na definição do seu gênero e como trabalhá-lo.
Nota: 7.58
Achei ruim, não precisava de um segunda temporada dessa bomba, na minha opinião, nota dó 🙄
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