Destaque: Fargo - 5x8 - Blanket
Escrito por: Bernardo G.S.
O que mais gostava no Danish Graves era o próprio nome dele (em segundo lugar o tapa olho). Apesar de ele e a Lorraine terem começados como vilões, essa reta final cômica fez o personagem crescer em mim. Pena que, em meio a tanta inteligência demonstrada, morreu ao subestimar um cidadão de bem.
Enfim, sobre isso, gostei da forma como essa temporada no começo trouxe dois antagonistas para a Dot (Lorraine e Roy) e hoje centralizou o antagonismo em um só deles. Por que? Pela temática da temporada de machismo (Lars, o agora ex-marido da Indira), violência doméstica e masculinidade tóxica, mas também sororidade (presente na forma como as mulheres da série aos poucos começam a se apoiar, mesmo ao tempo todo estando sendo colocadas umas contra as outras pelas estruturas ao seu redor).
Lorraine é uma megera assumida, gananciosa, louca por poder, elitista ao extremo. Roy Tillman se apresenta como um homem devoto, um "cidadão de bem", temente a Deus, suposto último bastião dos bons valores. Uma internou a nora num hospício, outro bateu nela em todos os lugares possíveis e abusou sexualmente dela tanto na adolescência quanto na idade adulta.
Aí destaco a atuação perfeita da Juno Temple, pois dá pra ver nos olhos da Dot o pavor que ela tem do Roy, medo do qual ela não tem da sogra. O verdadeiro antagonista é o Roy, não a Lorraine (que não hesitou em ir salvar a nora). Ao ter colocado ambos em pé de igualdade nos primeiros episódios a série brincou com o próprio machismo da audiência (meu incluso). Quantos de nós não sentimos mais raiva da Lorraine do que do Roy no início da temporada?
Episódio excelente! De novo.
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episódio 5x8 de Fargo Fargo