 |
Não é que o episódio ficou longo e se perdeu, é mais uma questão de narrativa. A obra já não tem cronologia bonitinha, arrumadinha como estamos acostumados. Ela é bagunçada. O narrador que se confunde com os personagens. Os personagens que se esbarram em eventos de agora, ontem e amanhã. Claro que 1:16 assusta, imagina isso na TV com comercial...
A fotografia tá linda. A adaptação foi incrível. Da de ver o livro ganhando vida, como é o pregado pelo projeto. Quem tem contato com a obra percebe que até o corte de cenas se parece com a quebra abrupta do clímax do tempo em questão que pula pra outro.
Tenho aqui duas coisas que me impressionaram bastante: 1. Eles falando árabe e a forma como a narrativa encontra na TV espaço pra esse tipo de representação e a forma que as coisas vão sendo traduzidas, como na cena em que o Halim declara-se para Zana e o primo na rua traduz, aquilo foi lindo. Cabe aqui falar do trabalho bem feito ao se mostrar a cultura francesa dominando Manaus em seu período áureo. A representação do sotaque manauara, mesmo que de época, mas como elementos atuais até hoje: "toró = chuva forte". Pequenos detalhes que são lindos. 2. A narrativa do derradeiro golpe no rosto de Yaqub foi interessante, muitos vão ver a cena de forma caricata, mas foi de uma sutileza incrível. Notem que no "cinema" passava-se Chaplin, um dos filmes mudo da época que usava das emoções fortes caricaturas, replicado assim na vida real. Quando se assustava na vida real lembrava-se da expressão caricata da atriz/ator e replicavam na rua é assim todas as emoções. Isso foi de um cuidado que na obra não percebemos.
|
14
0
0 |