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Enfim, o ultimo EP e com ele muitas considerações: Primeiro, precisamos parar com esse preconceito a produções nacionais. O Brasil é um celeiro vasto de grandes nomes quando o assunto é a construção de bons produtos audiovisuais, vide as novelas, mas aqui temos um grande problema que Hollywood e a industria norte-americana não tem: Poucos canais para produzir conteúdo diverso, vemos poucos canais na nossa grade de TV aberta e pouca adesão a TV por assinatura. Dito isso é preciso pensar primeiro que o roteiro parece "envelhecido" e não é atoa. Mesmo que parece algo "inédito" por ter estreado na Netflix em 2020 a série foi gravada em 2017, acompanhei as externas do 1° EP no centro do Rio de janeiro. Isso faz pensar que o roteiro provavelmente é de 2016. Se a série tivesse saído no fim de 2017 ou inicio de 2018, muita coisa ali estaria mais fresca. Li vários comentários sobre o molde "pastelão" do Reallity da série, mas a "paródia" é mais semelhante a fazenda, no estilo 2015 e 2016 do que do BBB. Ta ai uma coisa que o tal Chico Barney não teve distanciamento. Por mais que a série tenha tido seu roteiro mal estruturado, para mim 10 eps foram poucos e a narrativa tinha potencial para mais 5, há coisa que precisam ser levadas em conta sobre as reflexões que a série nos trás. Vivemos hoje, em 2020, uma pandemia mundial, uma politica fragilizada, uma sociedade caótica e um capitalismo em colapso. Mesmo de maneira relapsa, a série engloba todos esses aspectos e discursa muito bem sobre temáticas como luta de classe, preconceito, corrupção e da falta de capacidade da humanidade de evoluir: vide um apocalipse zombi que não faz as pessoas repensarem a vida. Personagens como Robson, Teresa, Léo, Ana, Levi, a senhora e o neto (que foi confundido com traficante por ser negro e estar com uma arma, afinal, quem não estaria com uma arma pra se defender no meio de um apocalipse Zombi?) mereciam ter sido mais explorados, daria mais profundidade ao distanciamento da série. Parabenizo toda a equipe de Reality Z pela ousadia, pela coragem, pela resistência e pela persistência. Fazer audiovisual no Brasil dá trabalho e precisa de muita força. Eu acho que o final da série da um gancho para uma segunda temporada, porém não sei se sofrendo a mesma demora que essa, tendo em vista as datas que vi as gravações das externas e a estréia, vai ser compensatório. Acho que pode ficar por aqui mesmo e deixar um pensamento simples: Aquele celular, pode ser dentro de nós uma chave para pensar um mundo onde haja um sistema que valorize a vida. ♥
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