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Oi, pfelipens! Eu não sou a maior expert em Dexter (fui muito fã na minha adolescência, mas perdi o gosto a partir de meados da 5ª temporada) e tem muitos anos desde que assisti a série original, então me corrija se eu estiver errada. De fato, o Dexter causou mortes de inocentes no passado, mas não lembro de nenhuma situação em que ele tenha pulado no pescoço de alguém sem pensar duas vezes, mesmo estando numa sinuca de bico. Suas ações eram muito bem planejadas, como apontou a Samara.
Uma das características dele sempre foi uma super inteligência fria e calculista, e a capacidade de se esquivar de situações difíceis. Quando inocentes morriam, ele entrava num mega conflito moral interno. Ele fazia de tudo pra evitar que isso acontecesse. Aqui ele nem hesitou em matar o policial pra fugir, criando uma situação em que não teria outro culpado senão ele. Foi uma atitude desesperada, inconsequente e meio burra, sabe? Completamente incompatível com o modo de agir do personagem que a gente conhece.
Não tem ninguém dizendo que o Dexter é um herói ou que nunca errou. Isso sem dúvidas seria uma leitura equivocada. Eu até fiz um comentário no episódio anterior expressando meu desagrado com o fato de New Blood ter em alguns momentos tentado pintá-lo como um justiceiro, inclusive com falas do Harrison como “Então você é tipo o Batman.” ou “O mundo é um lugar melhor por causa do que você faz.” (peço licença poética aqui pra parafrasear em tradução livre porque não lembro das exatas palavras).
Discordo quando você diz que a temporada foi desenvolvida pra aquele momento. Sim, tudo indicava que o Harrison o mataria, mas essa era a direção mais óbvia e sem graça que o roteiro poderia seguir. E eu diria até incompatível com as atitudes do Harrison. Eles quiseram mostrá-lo tendo um tipo de despertar de consciência e realização de que o pai merecia ser punido por suas ações. Novamente, inconsistente. A mim pareceu muito mais que eles não souberam desenvolver foi nada, infelizmente.
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É, discordo mais uma vez, haha! Mas tá tudo bem.
Entendo o seu ponto, mas não acha que, se a intenção do texto era passar a ideia de que o Harrison é diferente, que condena as ações do Dexter e não viveria pelo código, não faz sentido ele sujar as mãos de sangue no final, já que ele nunca tinha matado ninguém até ali? Eu vejo contradições aqui, porque o Dexter encaixa no código, não? Ele é um assassino que escapou da justiça. Então pra não viver pelo código, o Harrison segue o código? Ele queria uma vida normal e o caminho que acham pra isso é torná-lo um assassino como o pai?
E como o Dexter permite isso? Ok, ele acredita que tinha que morrer pro Harrison ter uma vida normal. Então ele deixa o filho se transformar num criminoso e viver com o peso de ter matado o próprio pai a sangue frio? Por que não se entregar, se ele sabia que muito provavelmente seria condenado à morte? Essa sim seria uma morte que faria total sentido. Se essa era a lição, por que não passá-la pro Harrison e poupá-lo do risco de um destino como o dele?
Sem falar que traria todo um desenvolvimento e um fechamento satisfatório pro arco de personagem do Dexter. Imagina o quão catártico seria vê-lo finalmente respondendo por seus crimes, sendo confrontado pelo pessoal de Miami, entendendo que, por mais que ele tentasse vestir uma roupa de moralidade nos seus atos, ele nunca passou de um assassino. Por que essa escolha de privar o espectador de tudo isso, de colocar também os nossos julgamentos em xeque? Como disse a Samara, nos tiraram essa oportunidade! De novo bato na tecla do roteiro preguiçoso, que contraria as características e princípios dos personagens e deixa de lado a essência da história (o dilema da moralidade).
Percebi que acabei voltando pro Dexter (a verdade é que eu me importo mesmo é com o arco de personagem dele. Desculpa, Harrison, não deu tempo de me interessar o suficiente em você.) e desconfio que a gente possa estar começando a andar em círculos na nossa discussão. Juro que considerei tudo que vocês disseram com carinho, mas muitas coisas ainda não fazem sentido pra mim.
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