parabéns para os guerreiros que chegaram até aqui

o aeroporto que o elenco inteiro consegue entrar armado

Sendo um bom entusiasta da primeira parte da novela, chega a ser bizarro ver como essa segunda parte foi conduzida. A perca do Mauro Mendonça Filho na direção e da coautoria da Maria Elisa Berredo fez uma falta tremenda aqui, pois, mesmo com 50 capítulos nós não conseguimos ter uma cena de impacto tão grande quanto a descoberta da Carolina na temporada anterior, os embates da Fanny com o Alex sobre dinheiro ou até mesmo a cena do casamento da Angel com o Guilherme (uma excelente cena inicialmente conduzida apenas pelo olhar da Camila Queiroz, aliás).

O que mais me estranha aqui é ver como o Walcyr parecia despreparado (cansado, desmotivado, sei lá) para escrever essa segunda parte. Me estranha porque mesmo com todos os circos presentes em suas novelas anteriores, as tramas das mesmas conseguiam ter uma história minimamente interessante, que eram conduzidas por personagens igualmente atraentes aos olhos do grande público, o que não aconteceu de maneira nenhuma aqui. Nem a Amora Mautner conseguiu manter o nível de direção que teve em Justiça, por exemplo. Nem a direção de diversos cineastas que eu adoro, como a Gabriela de Amaral Almeida, me fez encher os olhos nessa segunda parte.

Os personagens antigos não condiziam com o que se foi apresentado na primeira temporada, os novos são absurdamente desinteressantes e a reciclagem das tramas foi usada da pior maneira possível aqui. Entendo que é uma novela (tratada como série, porém, ainda uma novela) e que ela precisa de barrigas até chegar em seu final mas engolir a mesma sequência da Lua fazendo book rosa, com a mesma música, com as roupas parecidas e até com a mesma direção foi difícil. Ou a mesma sequência de sexo do Mateus com a Betty, com o Giotto, com a Irina e ia falar com o pai, porém, essa eles resolveram não mostrar (do mesmo jeito que não mostraram explicitamente a Victoria com o advogado da Giovanna, fica o questionamento do porque).

Já na primeira parte os autores não sabiam como tratar e nem conduzir personagens negros, mas aqui as sequências da Laila usando droga e se deteriorando cada vez mais chegava a ser doloroso de assistir e, ainda assim, não conseguiram aprofundar a personagem em nada e muito menos tratar da overdose do Bruno de uma maneira séria, aliás, nada aqui foi tratado de uma maneira correta porque tudo era por puro choque. Chocar o telespectador, seja com cenas enormes de sexo entre dois homens, ou uma mulher e dois homens, ou as mesmas cenas do Rômulo Estrela pelado com a Giovanna, com a Angel e com a própria Lua, parecia mais importante do que contar uma história ou desenvolver a que já existia.

Entre mil problemas, a falta de gravações nas ruas (obviamente por conta da pandemia) me deixava cansado e enclausurado. Parecia que eu estava assistindo os personagens presos dentro de caixas em todas as cenas, até nas cenas da casa de praia isso aconteceu. A falta de profundidade, para mim, foi o grande problema aqui. A vilania que eles quiseram dar pra Angel nesses últimos episódios seria interessante de assistir, assim como seria interessante de ver a Giovanna se apaixonando por sua grande rival ou até mesmo a dupla personalidade do Cristiano, se tramas (mesmo que clichês) com um potencial tão grande assim para a narrativa não fossem tão.. vazias nas mãos do Walcyr e da Amora. Nem as cenas do mundo da moda, que eram o foco na temporada passada, foram interessantes aqui. Os desfiles pareciam.. chatos e tudo parecia um grande looping.

Aliás, falando no próprio Walcyr, a Agatha Moreira vai ser a sua grande aposta após a saída da Queiroz e, arrisco dizer, que ela foi a única que mesmo repetindo o que ela fez em Josiane na Dona do Pedaço, conseguiu acertar em cheio o tom circense do próprio autor para a personagem. Uma pena que a Queiroz não foi bem conduzida aqui, assim como o Estrela ou a própria Maria de Medeiros (que por sinal, foi terrível de ver a cena da Blanche perdendo tudo e não chega nem aos pés do arco da Fanny se perdendo pelo amor que sentia pelo Anthony). Tudo foi muito chato, muito desinteressante e mesmo com 2 finais, nada me agradou tanto assim. Gostaria que eles não tivessem trazido o Alex de volta, pois, pelo menos o final da primeira temporada continuaria perfeito.

Enfim, que venha terceira temporada e eu sei que eu não vou aguentar não ver até onde o circo do Walcyr vai. Não tenho amor próprio nenhum.

Cristiano fica desmaiado na piscina por vários minutos e Percy com um saco plástico na cara e nenhum morre, a vá.
Não teve necessidade nenhuma de Cristiano, Percy e Lara armados no aeroporto se nem perto do avião eles foram, achei que teria pelo menos um confronto ali.
Final podre do Matheus e da família da Bethy, só do Visky que foi legal se tornando diretor da agência e que nada haver a cena do Bruno armado na casa da mãe, só pra encher tempo.
No fim das contas esperamos 6 anos pra isso, era melhor ter ficado só com a primeira.

o primeiro final é ruim e o segundo parece o primeiro.