O episódio mais ousado e corajoso que eu assisti desde "Clarifications" de The Wire. Palmas para os roteiristas. Não temos aqui uma das cinco melhores séries de 2015, temos provavelmente a melhor (tenho que assistir ainda The Leftovers e Rectify). Assim como aconteceu após assistir o episódio citado de TW, eu demorei um tempo pra "digerir" essa MASTERPIECE (e eu achava que não conseguiriam fazer um ep melhor que o sétimo). Tanto que estou aqui comentando um dia depois de ter assistido. Eu esperava um grande encerramento mas não com tantos twists e principalmente, com esse final audacioso.

Jack Amiel e Michael Begler apostaram num estilo de texto que lembra bastante a série do David Simon, aliás. O melhor elogio que eu poderia dar sobre essa temporada espetacular. O realismo nu e cru e a crítica social já estiveram presentes desde o piloto, mas nesse ano a série trouxe uma narrativa tão ampla que eu só vi em The Wire. E esse final me deixou bastante otimista com a possibilidade de ver outra série trabalhando com a perspectiva de personagens descartáveis. Não adianta: It's not TV, it is HBO.

- Pra quem não sabe o movimento eugenista norte-americano foi o "pai" do nazismo alemão. Além de servir de base científica/ideológica, a sua "comunidade" financiava experimentos desse tipo, como foi citado no texto desse episódio. Entre os membros estavam médicos como o Gallinger. É muito bom ver uma série norte-americana explorar essas vertentes da sociedade da época, principalmente por se tratar de um povo tão ufanista e que se autoglorificam por terem "derrotado" a Alemanha nazista. Sendo que a ideologia nasceu na alta sociedade dos EUA. A série de época mais subversiva da história? Mais uma vez, palmas para os escritores. Pra quem quiser saber mais sobre o assunto, o jornalista do NY Times Edwin Black escreveu um livro sobre o tema: "A guerra contra os fracos". Acredito até que os roteiristas o leram antes de escreverem esse plot.

- Uma das melhores atuações que eu vi em anos essa do Clive Owen. Se isso não for pra Emmy winner a Academia pode fechar as portas (se bem que eu nem ligo muito pro Emmy depois da edição desse ano). E se essa foi a última aparição do personagem, não poderia ter tido uma despedida melhor.

- 1 minuto de silêncio por quem não assiste essa série

#RenewTheKnickCinemax

Infelizmente a série foi cancelada, agora oficialmente depois de todo esse tempo no limbo, por não ter uma audiência que sustentasse os altos custos da produção, mesmo sendo aclamada pela crítica. É uma pena porque era uma das poucas produções da TV atual que dá pra chamar de arte, e porque ainda tinha muita história pra contar. Mas pelo menos acabou no auge, teve um final melhor do que muita série com final planejado. Aliás, agora sob a perspectiva do cancelamento, foi uma das melhores series finales que eu já assisti.

Com uma direção de fotografia tão artística quanto a de Breaking Bad (eu diria que até mais), com uma fidelidade histórica de uma Mad Men e a relevância sociológica de The Wire, e um final quase tão genial quanto o de Sopranos, The Knick se despede como uma das grandes séries dramáticas de todos os tempos, nesse estilo de televisão meio britânico, com apenas duas temporadas, mas duas temporadas praticamente impecáveis.

Farewell The Knick, and Fuck You Cinemax.

Pqp não acredito que o Cleary fez isso!! Que decepção!
Coitada da Harry, não tem como confiar em ninguém mesmo :(

The Knick é realmente um reflexo do mundo atual mesmo retratando a Nova Iorque de 110 anos atrás. Tanto é que ainda existem pessoas que morrem por seus ideais como Thackery, existem aquelas que fazem de tudo por dinheiro como o Henry, aquelas que fogem de medo como Neely, aquelas que mesmo fazendo o mal se dão bem como o Gallinger e aquelas que usam de seus poderes para continuar no topo como o Barrow.

Apesar desse final agridoce e realista, a temporada foi construída com maestria e merecidamente foi indicada a prêmios, sendo assim uma das melhores séries do ano.

Obs: Edwards continua digno de pena, super entendo a conversa que ele teve com o pai. Tomara que ele seja o precursor da Psicologia em NY, lembrando que The Knick se passa numa época pré-Freud.

Obs 2: Além de obviamente não gostar dos desfechos do Henry (que medo dele empurrar a Neely da escada), do Gallinger (eugenia na Alemanha... isso vai interessar a um certo Adolf) e do Barrow (pena do detetive, tomara que Hermie tenha pegado uma doença), não gostei do desfecho de Cleary e Harriet achei muito repentina a mudança de ideia dela, uma confissão e puft, anel no dedo e tudo.

Não acho que tenha sido apenas o melhor episódio de The Knick, foi também um dos melhores episódios que eu assisti esse ano.

1hr de muita insanidade e vários plot twists

-Eu que não sou muito de shippar personagens realmente torcia pra Cleary e Harry darem certo, mas depois de descobrir o que ele fez minha opinião mudou totalmente. Por amor ou não o que ele fez foi MUITO errado.
-Realmente não esperava pelo plot twist do irmão, ele sempre se mostrou calmo e eu acreditava nele, fiquei extremamente surpreso ao ver quão ardiloso ele é, e ainda levou a Lucy (ou ela resolveu acompanhar, dps do que ela fez no ep passado eu não duvido) pro mal caminho.
-Espero que o Everett vá fazer viagens pra Puta que Pariu e que espalhe a eugenia por lá, espero que tudo de mal que possa acontecer aconteça com ele.
-O que será que o Barrow contraiu?
-O final do Algernon foi bem sombrio, não sei o que esperar em relação ao plot dele na próxima temporada.
-E finalmente, a melhor cena de cirurgia da série, o momento que me causou mais angustia: A auto-cirurgia do Thackery. QUE CENA. Me manteve preso do começo ao fim e eu realmente achei que ele não iria sobreviver, e o uso da adrenalina, mostrado a alguns eps foi uma saída bem legal pra toda essa situação.

Enfim, esse episódio entra pro meu top10 de 2015 e eu daria 11 se fosse possível.