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Como já foi comentado aqui, Mad Men aprecia muito brincar com os títulos dos episódios e suas tramas, mas nesse episódio em particular teve um gosto agridoce que deixa o espectador com um sentimento melancólico. The Rejected foi um episódio SOBRE os rejeitados, sobre os underdogs e como eles (não) se encaixam nessa sociedade. Além da conta Clearesil ser rejeitada pela SCDP por ser menos valiosa, eles abordam as secretárias que são rejeitadas no lado amoroso por, também, serem menos valiosas aos olhos de terceiros, utilizando pra isso especialmente a Alisson. Mas não só a Alisson é rejeitada, como também Don. Don foi excluído de seu próprio núcleo familiar, trocado por um outro homem e não consegue aceitar a falha de um dos ramos de sua vida mais significativos.
Mas, a pior rejeição de todas e a que deixou uma marca mais gritante no episódio, e profunda, foi a da Peggy e do Peter. Eles rejeitaram um ser humano, o filho deles. Eles rejeitaram a chance de ser algo concreto na vida um do outro. Eles rejeitaram a oportunidade de construírem uma família. Eles rejeitaram o passado deles. E nada transparece mais uma rejeição do que uma aceitação, que no caso veio de Peter com a gravidez da Trudy e da felicidade de se tornar um pai. O olhar dividido entre eles no final foi uma das cenas mais sinceras de Mad Men, e isso sem utilizar sequer uma palavra. Mad Men é uma série tão simbólica, detalhista e minimalista que, se você não parar e analisar o episódio depois que acabar por um bom tempo, você pode perder a grandeza da beleza metafórica que essa série é.
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