É incrível a sutileza que os roteiristas adotaram para tratar essa trama do Michael. Sem estardalhaços ou melodramas forçados, os caras nos passam as coisas de maneira satisfatória, nos dando pistas ao longo da temporada para que nós mesmos liguemos as peças. Um exemplo: o extremo desconforto do Michael em relação a homens adultos extremamente gentis, como Prezbo e principalmente o Cutty (esse último na mente do garoto seria um homossexual). Outro: a preocupação do Michael em não deixar o Bug sozinho com o pai.

E pelo jeito o Chris se sensibilizou (ou talvez tenha passado pela mesma coisa, quem sabe?) com a situação do Michael. Cena fortíssima.

Outro ponto interessante, a evolução do Ellis Carver. Parece que parar de andar com o Herc lhe fez bem. Aliás, adorei vê-lo se fuder. Boa Bubbs.

Falaram exatamente o que eu iria dizer sobre a história do Michael. Como comentei episódios atrás, a série tem uma incrível capacidade de tomar seu tempo para contar e revelar certas coisas e a trama do Michael se torna extremamente acertada quando vimos que tudo se encaminhou gradualmente, sem precisar ficar dramática ou didática demais. A cena final é o choque da consequência do que tudo trouxe e, se por um lado, Michael está livre do pai de Bug, por outro, está devendo para Marlo, o que é ruim também. Agora, o Chris tomar as dores foi a surpresa. Independente se isso aconteceu com ele ou não no passado, sempre é diferente ver um personagem tão calmo explodir desse jeito.

Enquanto a jornada de Herc atrás da câmera roubada se mostra longa, finalmente temos a primeira satisfação em segui-lá com Bubbles ferrando com o policial. Eu achava que Herc poderia ser um policial que poderia mudar e como não ocorreu, nada melhor do que ver ele se fodendo.
Já na contramão das coisas, redenção mesmo é do Carver que vem se mostrando cada vez mais esperto e profissional. Hamesterdã realmente mudou o cara.

Se isso não fosse o bastante, o que é ver o mito Clay Davis fazer suas tramoias? É um personagem que poderia ser bem odiável, mas eu dou risada toda vez que ele aparece. O cara atira pra todos os lados e sempre consegue se aliar com o lado vencedor.
Agora, Bunny é um flopado, né? Pqp! Já não bastasse Hamesterdã, seu projeto escolar não é visto com bons olhos. Do jeito que David Simon é, esse final de temporada caminha para, novamente, não mudar nada.

A raiva do Chris matando o pai do Michael deixa claro que o passado dele também foi construído com abuso. The Wire é genial por essas coisas, Chris e Snoop são os personagens mais frios da série na quarta temporada e ainda conseguimos empatizar por tudo que eles sofreram até chegar aquele ponto.

Chris sangue no olhos, matou o cara como se fosse ele que tivesse sido abusado, provavelmente deve ter sido também na infância porque o Michael não disse o motivo e mesmo assim ele sacou na hora porque o Michael queria ele morto

mcnulty cantando baba baby pra elena