 |
Eu conheci essa série por causa de uma reportagem sobre a série Girls, da qual sou muito fã. Nos últimos 2 episódios, vi muita gente falando mal da Molly, que começou para todos como a melhor personagem, e acho importante trazer uma coisa em comum com Girls. Falando sobre Girls, Lena Dunham apontou que realmente é um marco na televisão o espaço para mulheres protagonistas falhas, egoístas, e essencialmente complexas, o que a TV antes não tinha espaço, pois mulheres num papel central tinham que ser tratadas como seres perfeitos. Acho incrível que, dado que a série gira em torno de duas mulheres negras, que para terem espaço na mídia sempre têm que ser um estereótipo de perfeição, as protagonistas são complexas. Afinal, o nome da série é Insecure, como disseram num comentário do episódio anterior. A Molly podia ser apenas como descrita no primeiro episódio. A garota incrível que todo mundo adora. E ela é uma advogada foda, inteligente, elegante e divertida. Ao invés de ser relegada ao papel da amiga que não consegue arrumar um namorado ou apenas da amiga incrível, é representada como uma pessoa complexa. Ela realmente tem todas essas qualidades que falei, mas isso não impede que seja insegura sobre os caras com quem se envolve, que por vezes discrimine um cara como o Jared, ou que ache que terapia não faça tão bem. Ela é complexa, e está num momento em que está infeliz com suas relações, e - como todos fazemos - comete vários erros por estar assim, e as personagens da série são humanas, e próximas, e, como Lena Dunham, fico feliz que a TV abra espaço para mulheres humanas assim, e sobretudo, para mulheres negras. As pessoas das quais gostamos traem, discriminam, tem opiniões problemáticas, inclusive, nós também, e fico feliz de poder assistir séries como Girls e Insecure, que são sinceras na representação das relações humanas. Essa série é incrível e, acima de tudo real.
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