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revi esse episódio e me fez pensar de novo, muito: acho que a crítica que ela quis apresentar aqui é uma que envolve o pensar de que, por mais que seja uma causa nobre, o veganismo talvez ainda seja uma pauta que bata de frente com outras prioridades pra comunidade negra, afinal os índices de desigualdade e de fome no mundo todo atingindo em MASSA as pessoas negras só comprovam que se preocupar com comer pra sobreviver ainda vem em primeiro lugar. o racismo estrutura tudo, até a fome. além disso, igual o Pastor fala, o veganismo talvez de fato carregue um traço de colonização mto forte: "faz, porque se tu não fizer tu tá errado e te condeno por comer carne". o frango frito no final representa o quão cultural é a questão da comida e, através das nossas lentes brancas (incluindo a minha própria), a gente falha em enxergar que pessoas pretas, latinas, asiáticas etc estão todas ligadas de forma muito direta a comida que foi sendo criada principalmente como uma forma de criar identidade e pertencimento — coisa que nós, pessoas brancas, raramente temos que pensar, afinal o mundo tá preparado pra favorecer o jogo da branquitude; a "cultura branca" é muitas vezes apropriada de outros povos, incluindo a comida: é muito fácil abrir mão do que nunca foi seu. demandar o simples cancelamento da carne e de tudo que isso envolve e ainda falar mal de quem NÃO quer ser vegano talvez seja falar só da experiência branca com a comida e tudo o que ela representa. enfim, não vi o episódio como um ataque aos veganos/vegetarianos e afins, mas sim como uma proposta de reflexão pra gente repensar através de quais lentes e perspectivas — racistas, inclusive — a gente tá julgando a experiência do outro
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