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[aviso de comentário grande não revisado, possivelmente cheio de erros gramaticais]
Eu acho que ele criou uma série de restrições nessa lista de melhores, tipo ter começado pós 2011, não ser mini-série, não ser mainstream, não ter uma temporada que o fandom considere mais fraca, mas eu vou considerar apenas o pós 2011 aqui.
Teve True Detective, Fargo, The Night Of, Better Call Saul, Big Little Lies, Patriot, The Deuce e provavelmente outras que não tive a oportunidade de assistir, mas é muito subjetivo, é um elitismo polarizado dessa galera que acha que só cinco séries são masterpiece e que nada consegue competir. Fiz essa lista toda e nem coloquei Mr. Robot, que nesses mesmos elementos de muitos, provavelmente entraria na lista, mas eu sei que a maioria aqui tem certo preconceito de colocar ela no topo por vários fatores que não cabe a mim escrever textão aqui, porque não sou tão foda quanto Mattos e Gustavo. Mas teve muito desenvolvimento de personagem, direção impecável, provavelmente uma das poucas "auteur theory" que temos com todos episódios das duas últimas dirigidos pelo mesmo diretor, uma história coesa e que consegue explorar muito bem o seu plot central, com muita conexão e coisas que se obtém apenas em rewatch [recomendo esse vídeo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=JohyOqnqkus]
Só cuidado para não ser viúva de Sopranos que acha que é a única série bem escrita que existe, e fugir desse falso elitismo, não vamos nunca esquecer da quantidade de casos da semana e "bottle episodes" que a mesma teve. Enfim, The Leftovers e The Americans são magníficas, mas não estão sozinhas, estou ansioso pelo final da última, porque muito dela vai ser responsável pelo legado da mesma.
[Dei like em todos comentários da thread, pra incentivar a discussão hahah]
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Sim, colegas, concordo com vocês! Até falei num outro comentário lá da página de The Good Fight que não dá pra classificar a melhor série atual justamente porque estamos vivendo a época de ouro da TV norte-americana. É difícil apontar o legítimo supra-sumo diante de uma verdadeira avalanche de grandes e excelentes produções que temos. Então esse meu comentário serve nada menos que uma "alegoria" conjurada sob forma de ironia, mas que incita uma verdade se por um momento determinarmos indicadores, como bem pontuou o Álvaro.
Entendam, é meu lado fanático por essas duas séries operando. De um lado, uma apoteose intocável, do outro, uma história colossal no coração da Guerra Fria (roubando aqui algumas palavras do Caio Coletti que fez uma saudação belíssima sobre os 6 anos de The Americans). Eu só fico feliz por estar aqui testemunhando cada uma das séries que foram citadas neste post (pelo menos algumas que já vi), e que lá na frente, talvez daqui há 10 anos, estarei vendo geral pagando pau por grandes relíquias escondidas que são subestimadas pelo público de hoje.
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Sim, Douglas, é exatamente isso que quero mostrar. Muitas séries boas existem, muitas mesmo, mas quando determinamos indicadores como, estabilidade (tomando como base os anos de exibição), progressão dos personagens, coerência e legitimidade da história, até mesmo a parte técnica como direção e roteiro e escolha dos atores, poucas se tornam elegíveis para entrar em determinada lista bem acurada. The Leftovers e The Americans pra mim são duas séries quase que pontualmente perfeitas (pra não dizer 100%, porque na minha opinião 99% tem um "peso visual" muito maior) e não se torna mentiroso dizer que diversas demais podem não estar lado a lado com elas.
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Eu tendo a concordar com o Paulo. The Americans e The Leftovers são pra essa década mais ou menos o que Sopranos e The Wire foram para a primeira geração da dita terceira era de ouro da TV. Eu ainda acrescentaria Rectify no grupo das maiores da década, mas entre as atuais acho que só The Deuce chega perto do nível dessas três (talvez BoJack, se a gente considerar as dramédias, mas também é meio injusto comparar uma animação com um drama de uma hora).
Westworld e Mr Robot, por exemplo, são duas séries com um puta argumento, universos riquíssimos, mas que estão longe da profundidade dramática das supracitadas. The Handmaid's Tale, por outro lado, tem todo esse peso dramático, mas peca em ambição narrativa. A já finada Person of Interest de certa forma conseguiu unir essas duas vertentes, mas ainda carregava elementos da "segunda era de ouro da TV" (diálogos exageradamente expositivos, a montanha russa dos 20+ episódios por temporada, um visual ainda distante da excelência cinematográfica do cabo...). The Leftovers, The Americans e Rectify conseguiram isso, e por isso são obras tão cultuadas.
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Gostei Gustavo, é bom ver a opinião séria do pessoal, mesmo quando fora da mesma linha que a da gente, eu já acho que Mr. Robot tenha atingido esse patamar, mas provavelmente eu enxergo isso com outros olhos e deve ser algo relacionado ao excesso de leitura e contato com o universo, narrativa e profundidade, e acho que ela tende a ter o objetivo de parecer tão desconexa com alguns paralelos e tropos que tv nos ensinou a ler, mas para mim foi fácil conectar todos os momentos de caractere development e argumentos, inclusive notei nuances que muita gente ignora pelo contexto socioeconômico, paradigmas sociais contemporâneos. É uma série mais difícil de seguir, não por ser complexa lógico, entretanto, nada é a toa, cenas na tv que um personagem tá assistindo, objetos, diálogos de personagens de fundo, monólogos do Elliot, enfim, temos mais duas temporadas para descobrir, não é?
Agora Westworld e The Handmaid's Tale, realmente se esforçam até demais para sustentar o argumento e muitas vezes cria episódios repetitivos que só serviram para preencher aquela hora que a produtora quer, essa última inclusive aumentou de 10 para 13 episódios e a showrunner tem ambição de dez temporadas, espero que ela mude de ideia.
No mais, o final de The Americans foi incrível, não era a minha série favorita em andamento, quer dizer, é minha coisa preferida acontecendo nas quarta-feiras, mas não acho que eu seja tão obsecado quanto o pessoal aqui, os Jennings sempre foram especiais para mim, mas cada episódio da sexta me levou para o parque de diversões e esse último é anos luz distante dos outros em qualidade, não espero menos de um final, não pulou o tubarão e usou todo o manual entregues em forma de narrativa durante a série de como tudo se encaxaria até esse ponto com o show e com os personagens, de forma magistral.
E aproveitando para recomendar programas de TV legais recentes aqui na thread, quero indicar Killing Eve (BBC America), Patriot (Amazon), Barry (HBO) e High Maintenance (HBO) são bem intensos, bem escritos e já renovados para a segunda temporada.
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Gustavo, fiquei satisfeito em ler você considerando BoJack, mesmo sendo dramédia e animação. Vejo muitas pessoas fazendo pouco caso dela por esses dois motivos, mas pelo que ela se propõe, é um grande programa (ainda mais por ser da Netflix que lança muita coisa meh), mesmo que a vibe seja diferente ao lado de séries como The Americans, The Leftovers e Rectify. E isso porque estamos citando séries com essa narrativa dramática bem estruturada, conseguindo manter-se consistente nos temas e desenvolvimento de personagens por todo o tempo que esteve no ar.
Fargo e The Deuce também são séries que considero muito, mas também possuem essa vibe diferente da, podemos dizer, "trindade" da década que estamos estabelecendo aqui de forma não oficial. The Deuce, mesmo com bons personagens, assim como tudo do David Simon, se preocupa mais em expor e trabalhar questões sociais. Não que isso a desqualifica pra entrar no grupo, mas acho difícil ela criar esse desenvolvimento profundo que glorificamos nessa trindade. Também vale a pena esperar pelas próximas temporadas para ver pra onde a série vai com esses time jumps que me deixam um pouco receoso. Já Fargo é uma série tecnicamente maravilhosa, que empolga e sabe criar uma história que pode ser tão crível quanto bizarra, mas ela não tem a pretensão de criar algo mega profundo.
No caso de Saul, tem coisas que eu acho que faz bem melhor que Breaking Bad, porém, ela ainda sobrevive um tanto em fan service, o que não é de todo ruim porque é ótimo ver o início de muita coisa de BrBa, mas o highlight, ao menos pra mim, é a história original do Jimmy com Chuck. Também ajuda que o spin-off tem a melhor personagem feminina desse universo que é a Kim.
Por fim, cito The Good Fight que tem um dos textos mais deliciosos e pontuais da TV americana, mesmo que siga o padrão case of the week que já estamos saturados.
Enfim, é uma discussão bem ampla, mas essa "trindade", ao meu ver, representa bem o nível de excelência da era que estamos vivendo e estou de boa com ela.
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